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                FLASHES DE UM AMOR. 📷💕
                              CAPÍTULO 1

                                   KIEZA

Dona Júlia Ferreira e a Anita Diniz, saíram as cinco da manhã de casa,  para buscar a Kieza Ferreira no aeroporto, o voo directo Lisboa-Luanda, chegaria as seis.
Elas estavam na sala de espera, ansiosas para ver a Kieza, ela tinha ficado três anos distante.
Dona Júlia já estava impaciente, pois já eram seis e vinte minutos. Quando de repente olha pra frente e vê a filha. As duas correm e abraçam-se!
— Minha filha! Seja bem-vinda, de volta à nossa terra! —  disse ela —  estou muito feliz em vê-la, finalmente! — frisou.
— Amiga, quanta saudade! — disse Anita, enquanto as duas amigas abraçavam-se, trocavam carinhos e promessas de saudades.
Dona Júlia queria saber todas as novidades.
— Conta lá filha... Como correu a viagem? Eu sei que você fica muito enjoada no voo.  Vomitaste?
— Calma, mamã — respondeu Kieza, ao mesmo tempo, tirava o casaco e amarrava na cintura, caminhando para o carro da sua mãe — Eu já te conto mamã — enfatizou, Kieza.
— Bom, a viagem foi fantástica, não tive muitos enjoos como da outra vez, estive mais calma e só pensava em uma coisa, voltar para casa, afinal, acabei de terminar a formação. Agora é hora de arregaçar as mangas e colocar na prática os anos de aprendizado — explicou, enquanto sorria para a sua mãe.
— Puxa filha, que bom,  estamos muito orgulhosos de ti. Não poderia estar mais feliz! – confessou.
A casa da dona Júlia fica no bairro São Paulo, o trajecto  durou quase quinze minutos, naquela manhã de domingo, onde não se registrava engarrafamento, as ruas estavam desertas. Chegaram à casa, Kieza, correu para abraçar a sua maninha Sónia Ferreira, que há muito não via!
—Estou muito feliz em vê-la, mana apesar de estares magra - frisou
—Estava a fazer dieta maninha!
—Mas,  dieta pra quê se você já é magra?  Essa juventude de hoje... - disse dona Júlia, meio ranzinza.
—Deixa pra lá mamã, desde que ela foi para Portugal, ela faz isso,  quer ser miss - disse Sónia.
Todas soltam uma gargalhada!

— Preciso tomar um banho - disse Kieza,  enquanto a mamã  com a ajuda da Anita e da Sónia prepara o almoço.
Há muito que a Kieza queria tomar um banho à muangolé. Ela tinha saudades de muitas coisas dentre elas a comida da terra.
O almoço naquele dia foi a sua
comida favorita Mufete,  enquanto comiam também conversavam.
— Sentiste saudades, da nossa comida né filha?
— Senti muitas saudades mamã, lá tudo é diferente,  o tempero, as coisas em si,  tudo é diferente.
 Sem falar que a mamã faz o melhor Mufete do mundo, e com esse sumo de múcua a acompanhar então, fica tudo perfeito! .
— Apenas, sinto muitas saudades do Papá, tão logo viagei e ele morreu...  Enfatizou Kieza, muito triste.
—Não fiques triste mana,  ele está bem e quer que também fiquemos bem!
— O Papá era o melhor fotógrafo do mundo - Frisou Sónia, para consolá-la

Kieza era a primogênita da Dona Júlia e  do senhor António Ferreira (falecido há dois anos)  fotógrafo de profissão. Kieza de vinte e cinco anos, seguiu os passos do pai e formou-se em Fotografia  pela Universidade Lusófona em Portugal. Chegou à Luanda no domingo e  na segunda-feira já estava a procura de um emprego, ela queria logo praticar o que aprendera na Universidade e no estágio que fez,  num estúdio de fotografia enquanto estudava, sendo ela cristã, fez uma oração e à seguir enviou curriculum para algumas revistas mais destacadas como a Caras,  Lux,  e Lunna...

                             CAPÍTULO 2

                          A ENTREVISTA

Teresa Cunha de 42 anos, formada em Produção Editorial no Brasil, organizadora de Exposição de Fotografia e CEO da revista Lunna, nome dado em homenagem à filha de 9 anos, fruto do seu relacionamento com José Cunha cidadão Português, que conheceu enquanto estudava no Brasil. Este encontrava-se em Portugal à negócios.
Com a ajuda do esposo criou a revista Lunna, uma revista especializada em falar sobre Angola.  Em Janeiro tiveram a ideia de organizar uma exposição de fotografia, que acontecerá  no dia 2 de Março dia da Mulher angolana e precisavam de uma fotógrafa nova.
—Precisamos de uma excelente fotógrafa, para esta exposição pois, virão convidados da Lusofonia, para prestigiar o evento.
—Nádia faz uma publicação para recrutar alguém que se enquadre no que pretendo - disse Teresa Cunha.
Kieza, viu a publicação, pois já seguia a revista Lunna nas redes sociais e na segunda-feira enviou o curriculum por e-mail e também físico.
Na Quinta-feira, quando a Teresa chega, a sua secretária Nádia informa que tem um envelope para ela na sua secretária. Ela abre o envelope e o e-mail, gosta do perfil da Kieza, pesquisa nas suas redes sociais e fica impressionada com o talento da mesma.
— Ela é perfeita, para esse trabalho. - disse ela.
Imediatamente a CEO pega no telefone e liga para Kieza.  Marcou uma entrevista para o dia seguinte as nove da manhã.
Kieza chegou as oito, uma hora antes.
— A Moça já chegou dona Teresa - informou a  secretaria.
— Manda entrar - disse ela, surpresa com a pontualidade da Kieza.
Já havia lido o seu curriculum, portanto não tinha mais perguntas a fazer, apenas deu as boas-vindas à ela e pediu que fotografasse algumas pessoas no seu estúdio. Kieza aceitou o desafio,  pois é uma mulher muito segura e profissional, aprendera isso com o Pai e o tempo que ficou fora.
Kieza fotografou ao todo cinco pessoas, incluindo a dona Teresa e a sua filha Lunna, que estava lá por conta de um mal estar que teve durante a noite.
Teresa Cunha era uma mulher muito afável, amou as fotografias.
— O emprego é seu - disse ela.
Teremos uma exposição, sobre as Heroínas de Angola daqui há um mês, o meu sobrinho deve estar já aí a chegar ele vai trabalhar directamente contigo - explicou ela.
— Já são quase doze horas, preciso ir a casa, noutra altura conheço o seu sobrinho - explicou Kieza enquanto se despedia.
— Mamã, consegui um emprego!
Kieza estava muito feliz ao explicar a família sobre o novo emprego, aquela era a melhor sexta-feira da sua vida!
                                  ROGÉRIO

As quinze horas de sábado, Kieza decidiu pesquisar o largo das heroínas e aproveitar matar as saudades da cidade. Com a euforia, enquanto organizava o material, esqueceu-se de fechar a sua pasta, com dinheiro à vista. E começou a fotografar, empolgada com o momento não percebeu quando o rapaz...

CAPÍTULO 3

tentou levar a sua pasta,  que estava no chão.
— Rapaz larga isso agora - disse Rogério.
Kieza, ouviu o grito, virou,  ficou impressionada e assustada ao mesmo tempo com o que viu por uns vinte segundos mas,  teve que recompor-se.
— Estás bem? - Perguntou Rogério
— Sim,  estou bem obrigada - disse ela enquanto colocava a máquina de volta na pasta.
— Deverias ter mais cuidado, aqui por vezes aparecem marginais- disse ele enquanto sentava.
— Já havia me esquecido da marginalidade em Luanda, viver fora,  por vezes,  nos faz esquecer as coisas da banda - frisou ela.
— Vens sempre aqui!?
— Nos últimos três anos,  é a primeira vez.
— Gosto muito deste lugar, quase todos os sábados à tarde venho aqui para contemplar a beleza deste lugar - confessou ele.
Conversaram por quase trinta minutos mas,  não tocaram no assunto de trabalho.  Rogério ofereceu-se para acompanhá-la mas,  ela recusou.
— Diz-me o seu nome pelo menos - frisou ele.
— Kieza Ferreira é o meu nome - disse sorrindo!
— Eu sou o Rogério Costa.
— Muito obrigada por espantares o marginal.
— Disponha-se - frisou ele.
— Agora preciso ir, continuação de uma boa tarde - enfatizou ela.
— Podemos nos ver de novo?
— Um dia, se Deus quiser - disse enquanto caminhava.

                                A REUNIÃO

Rogério Costa de 29 anos, Designer Gráfico, formado no Brasil é sobrinho da CEO da revista Lunna. A reunião estava marcada para Segunda-feira às oito, para apresentá-lo à sua nova parceria de trabalho.
Kieza fizera o trajecto São Paulo - Talatona, numa manhã de segunda-feira em Luanda ela precisaria de pelo menos uma horas para chegar.
— Quem ela pensa que é para nos pôr à espera.
Vamos começar sem ela - disse Rogério meio ranzinza.
— Vamos aguardar mais trinta minutos - frisou dona Teresa enquanto pensava na sua pontualidade no dia da entrevista.
Enquanto ela pensava,  Nádia, sua secretária entra para avisar que a Kieza acabava de chegar. Rogério achou o nome familiar mas, preferiu deixar para lá.
— Peço desculpas pelo atraso é que...
Kieza reconheceu o Rogério que conhecera no Sábado.
Rogério não tirava os olhos daquela mulher média de um metro e sessenta e nove, morena, de um corpo escultural, sorriso esbelto, usando um vestido longo floral, saltos Anabela e um perfume Si de Giorgio Armani, passou um filme em sua mente!
— Rogério dê as boas-vindas à  sua nova colega - frisou dona Teresa, que notou como ele olhava para ela.
— Seja bem-vinda à revista Lunna, Kieza.
— Muito obrigada - agradeceu.
Kieza, estava com as borboletas soltas na sua barriga, também passou um filme em sua mente,  respirou fundo e recompôs-se. A reunião durou até ao meio dia,  onde foram trassadas as directrizes da exposição. Terminou a reunião e a CEO teve que ir à busca da filha no colégio. Pediu ao sobrinho que levasse a Kieza à casa. Dessa vez ela não recusou, aceitou!
Rogério sugeriu que fossem almoçar num restaurante próximo, concretamente o HCTA, Kieza estava com fome de Leão e aceitou. Enquanto almoçavam um bacalhau com natas, acompanhado de sumo natural de laranja, lembravam da tarde de sábado e como estavam surpresos e felizes pelo facto de trabalhar juntos.
— Será que é o destino - perguntaram em simultâneo.
O almoço, terminou e como prometera à tia,  Rogério levou a  Kieza à casa,  aproveitou e pediu o seu contacto telefónico e seguiu as suas redes sociais.
                                     ANITA

Já eram dezoito horas, quando a Anita foi ter com a sua amiga, para pôr a conversa em dia, falar dos Boys e contar as novidades todas.
— Foi o jovem que te trouxe às quinze horas, que te deixou assim toda boba - perguntou Anita que notou um semblante diferente na amiga.
—Não, quer dizer acho que não - disse ela enquanto disfarçava o sorriso.
—Fala verdade amiga, eu te conheço.
— Não consigo te esconder nada mesmo... Sempre foi assim,  desde que éramos pequenas,  por isso você é minha BFF.  Este sorriso é por causa dele sim,  ele chama-se Rogério e é o sobrinho da CEO da revista, na verdade ele é  o jovem que te contei que conheci no sábado.
— Uau!  Fico feliz por ti amiga.
Kieza sabia que o elogio da amiga era sincero. Conversavam, jantaram as vinte e uma horas,  Kieza acompanhou a Anita.  Fez a sua higiene pessoal, deitou-se na cama e pegou no seu telemóvel tinha uma mensagem com o famoso "Oi" e duas ligações de Rogério, Kieza havia esquecido o telemóvel no quarto enquanto jantava. Ela respondeu a mensagem "Oi" à seguir Rogério liga, Kieza atende.
— Olá, boa noite Kieza - disse ele.
— Olá, boa noite Rogério.
— Como está a fotógrafa mais linda de Luanda?
— Fotógrafa sim,  mais bonita, tu é que estás a dizer - retrucou Kieza.
— Se não acreditas as tuas fotos falam por ti, estou a ver o teu perfil no Instagram e as suas fotos são excelentes, a minha tia não errou contigo e eu também não.
— Tu também não?
_ Sim,  estou muito encantado com a tua beleza e o teu talento.  Sempre sonhei em ter ao meu lado uma mulher assim...


                               CAPÍTULO 4

Terminei um relacionamento há dois meses - pensou.
Rogério queria abrir o seu coração para Kieza mas,  percebeu que era muito cedo.
— Obrigada pelo elogio, agora preciso dormir nos vemos amanhã na Revista.
Kieza, queria conversar mais mas,  queria dar uma de difícil para deixar um gosto de quero mais para Rogério.

           A PESQUISA SOBRE A VIDA DAS HEROÍNAS.

Rogério e a Kieza tinham os meses de Janeiro e Fevereiro para pesquisar detalhes sobre a  vida das heroínas pois,  nesta exposição viriam convidados de alguns Países da Lusofonia como: Brasil,  Cabo-Verde, Moçambique e Portugal, pressionados pela CEO da revista começaram as pesquisas de campo.
Rogério lembrou-se do livro: Heroínas de Angola que comprara no Candando há um ano,  este livro tinha detalhes importantes sobre elas,  fez uma resenha do livro  à Kieza. Assim as buscas continuavam com as informações obtidas no livro, precisavam daquelas imagens para a exposição. Em conversa decidiram pedir ajuda a OMA.
— Provavelmente devem ter estas imagens nos seus arquivos - disse Kieza.
— Vamos lá ter com as mamãs da OMA - frisou Rogério, com uma gargalhada dupla à seguir.
Os dois chegaram a OMA e explicaram o  motivo da visita e que precisavam das imagens contidas nos livros,  para serem usadas na exposição. A responsável da OMA disse está bem nós vamos dar algumas imagens dos nossos arquivos mas, com uma condição. Os dois viraram, olharam-se nos olhos e pensaram "o que será hein? "
— Eu e as minhas colegas temos que estar presentes nesse evento - frisou a responsável da OMA.
Pelo facto de ser uma mulher alta e avantajada, os dois por e simplesmente acenaram com a cabeça em sinal de aprovação. Assinaram um termo de comprometimento e saíram.
— Sentiste medo né - disse Kieza à caminho de casa.
— Achas só estava a ser cavalheiro.
— Sei...
Eles,  desenvolveram uma rotina de trabalhar durante o dia e as noites saiam para passear,  jantar e conherem-se melhor. Kieza adorava ir à praia à noite, a brisa era quase uma terapia para ela.
O mês de Janeiro estava quase no fim, Rogério sentiu a necessidade de falar dos seus sentimentos. Como de costume depois do trabalho saíam para algum lugar. Era vinte de Janeiro, Rogério convidou-a para o primeiro restaurante onde foram, o HCTA e pediu a Kieza em namoro, naquela noite aconteceu o primeiro beijo. Já havia muita química e no fundo os dois estavam à espera desse momento. No dia seguinte contaram a novidade à  CEO.
— Eu logo vi os olhares apaixonados do Rogério, quando tu fotografas. Desejo-vos toda a felicidade do mundo, já vou avisando que serei a madrinha - Enfatizou ela.
O casal agradeceu.

                                            CARLA

Duas semanas se passaram, a tia pediu para o sobrinho jantar em casa com a família naquela noite. Após o jantar, e pôr a Lunna a dormir,  dona Teresa chama o sobrinho para uma conversa.
— Filho tens que contar a Kieza sobre a Carla,  tu sabes que ela é escandalosa.  Tu és um bom rapaz,  pois eu te eduquei bem,  Desde que a tua mãe , minha querida prima faleceu, o teu único erro foi te envolveres com aquela miúda mimada e mal educada.
— Eu pensei em falar com ela no primeiro dia que conversamos ao telemóvel mas depois percebi que era muito cedo.
— Pensa no que eu lhe falei, descansa filho até amanhã - disse ela enquanto beijava a sua cabeça.
— Bom descanso tia.
Kieza chega cedo a revista e começa a trabalhar, as dez horas decide tomar um café, sai e depara-se com a Carla sentada no sofá, saúda mas, esta não responde.  Enquanto ela servia a água quente para o café, o Rogério entra e a Carla pula do sofá aos gritos: Meu amor, quantas saudades, tenta abraçá-lo e beijá-lo,  este tira as mãos dela sobre ele,  enquanto observava como a Kieza deixava o copo de isopor com água quente cair e queimar a sua mão. Carla junta os pontos na hora.
—Quem é essa? - disse aos berros.
Enquanto Rogério correu para socorrê-la.  Kieza mantinha-se calada, preferiu não aceitar a ajuda dele e foi para o estúdio.
— Carla,  agora não por favor vai embora - frisou.
— Só saio daqui quando tu me explicares o que se passa aqui.
Dona Teresa ouve os gritos e sai.
—Silêncio - disse ela.
O que fazes aqui Carla?
— Titi quantas saudades...
— Você que traiu o meu sobrinho com o teu colega,  dizes ter saudades?
Sai daqui e não atormentes mais o meu filho.
— Eu vou sair mas essa moça me paga,  por roubar o Rogério de mim. Me aguardem.


                     PENÚLTIMO CAPÍTULO 5.

—Amor, estás bem? - disse ele enquanto fechava a porta que a Kieza deixara aberta.
— Quem é ela?
— Eu tentei falar dela no primeiro dia que conversamos ao telemóvel mas, percebi que era muito cedo. Ela é a minha ex namorada, é  modelo terminamos porque ela traiu-me com o seu colega,  ela alega que me ama e sempre insiste em voltar e hoje decidiu vir até aqui. Por favor me perdoa, eu te amo e não quero que ela interfira na nossa relação.
Foi a primeira vez que o Rogério disse aquilo para ela,  abraçou forte a Kieza e beijou a sua testa.  Por um segundo o machucado dela não doía tanto, com uma declaração de amor tão profunda.
— Precisas tratar esse machucado, vamos à clínica - frisou ele.
Foram à clínica e  trataram do machucado na mão esquerda. Kieza ficou uma semana em casa, aos cuidados da família e do namorado que a visitava todos os dias,  todos estavam com saudades dela até a pequena Lunna que escreveu um bilhete para ela que dizia: "Volta logo titi Kieza te amo". Ela emocionou-se pelo afecto de todos. De volta ao trabalho continuaram a cuidar das fotografias.

                       O QUASE SEQUESTRO

Carla ficava a observar o casal que quase sempre saía juntos. À  sexta-feira foi o dia em que Kieza saiu sozinha,  pois o Rogério estava indisposto e não foi trabalhar, ela queria visitar o namorado mas,  perdeu a hora e quando deu por ela já eram vinte horas e era a última funcionária a sair naquela noite,  saiu as pressas e esqueceu o seu telemóvel. Ela saira com o carro da sua mãe, no estacionamento, com as chaves na mão para abrir a porta e ir à casa do namorado no Nova Vida, sente algo na sua barriga e uma voz a dizer,  abre devagar e dá-me as chaves,  sobe no outro lado se não você morre e o Rogério fica viúvo sem antes casar, pela voz ela lembra da Carla e começa a orar, enquanto ela falava isso o segurança que ouvira o telemóvel da Kieza a tocar e percebeu que com a pressa esqueceu até de trancar a porta da Revista,  corre para o estacionamento e depara-se com aquela cena,  chega de mansinho  e agarra a Carla pelas mãos e esta larga a faca a Kieza liga para a polícia, que apareceu trinta minutos depois e prende a Carla.  Chegou a casa as vinte e duas horas e meia, liga para o namorado.
— Amor,  desculpa estar a ligar a essa hora.
— Não faz mal amor.
Como correu o trabalho - disse ele.
— Correu bem - disse ela meio triste.
— E essa voz?
— Aconteceu algo hoje ao sair do serviço.
— Conta amor - disse ele curioso.
Perdi a hora para sair da revista, sai as pressas as vinte horas,  eu no estacionamento sinto algo na minha barriga era uma faca, e uma voz a ameaçar-me de morte,  era a Carla.
— O quê? Onde ela está? O que fez? Estás bem?
Calma amor,  já estou bem.
A minha sorte foi que tu ligaste e o segurança ouviu o  telemóvel a tocar e percebeu que não havia trancado a porta e corre para o estacionamento para entregar-me o telemóvel e quando chega depara-se com aquela cena,  por ele ser um homem treinado soube dar a volta por cima. Resumo a Carla está presa e vai ficar lá pelo menos seis meses para ganhar juízo.
— Ufaaa.  Graças a Deus. Posso vir aí?
— Não amor,  tu estás indisposto amanhã nos vemos na revista. Descansa.  Beijo te amo.
— Também te amo - disse ele.


                              ÚLTIMO CAPÍTULO
                              DIAS DEPOIS... 

os dias passaram,  a relação do casal estava cada vez mais forte e eles estavam mais apaixonados em pelo outro.  As fotos já estavam todas feitas,  com as respectivas legendas.  Todos estavam eufóricos. O esposo da dona Teresa, também veio para a exposição.  Dois dias antes, dona Teresa estava ansiosa, reuniu com o casal e disse que quer que tudo corra bem pois,  foram dois meses de trabalho árduo. A sala da revista estava transformada numa galeria de fotografia sobre as cinco heroínas.
A secretária Nádia ligou para  os meios de comunicação e todos os convidados para confirmar a sua presença.

                               A EXPOSIÇÃO
— Filha, apressa-te já são 15 horas,  a tua irmã e  a Anita já  estão no carro, desliga este telemóvel é vamos - enfatizou a mãe.
— Já venho mamã. Amor nos vemos daqui à pouco.
— Amiga estás muito gira - disse Anita. 
— Obrigada, também estás muito gira. Mas,  estou nervosa será que vai correr tudo bem?
— É  claro que vai filha,  Deus é connosco  - enfatizou a mãe.
— É  isso mesmo concordo com a mamã - disse Sónia.
Ainda bem  que eu tenho vocês, que sempre me dão força, obrigada eu amo vocês.
— Nós também te amamos - disseram.
Chegaram no evento, um tempo depois chegou a família do Rogério e os convidados. Rogério aproveitou o momento e apresentou as duas famílias.
— Não queria que  a nossa apresentação formal fosse assim mas,  estou feliz - disse ele. 
A dona Júlia e a dona Teresa tornaram-se as novas amigas de infância.
— Uau que fotos lindas amiga,  tens muito talento - disse Anita. 
— Obrigada amiga,  o mérito também é do Rogério pois ele é que trabalhou (editou)  as fotos.
— Modesta ela - frisou Rogério sorrindo. 
A sala realmente estava linda,  com o rosto das heroínas. Comemorar o dia da Mulher angolana dessa maneira era uma ideia original e fantástica.
— Desculpa o atraso meninos - disse a responsável da OMA. 
— Sejam bem-vindas senhoras - disseram. 
As tias da OMA estavam muito admiradas por ver os retratos das heroínas.
A mídia começou a fotografar e a filmar o evento. A surpresa da noite  foram os músicos Selda e  Totó para abrilhentar a noite. Estiveram na sala mais de cem pessoas para prestigiar o evento.
Dona Teresa fez o discurso explicando a ideia do evento e aproveitou para dar mérito ao caso pela criatividade, pois eles são verdadeiros artistas e trabalharam em sintonia.
Os convidados ficaram maravilhados com as fotos e as histórias das nossas heroínas. Não foram poucos os que fizeram directo e stories nas redes sociais e partilharam com os amigos das redes sociais. 
A exposição terminou as vinte e duas horas, despediram-se dos convidados, muitos encomendaram os quadros e outros compraram. 
Dona Júlia, chegou a casa muito orgulhosa da filha e só agradecia a Deus pelas bênçãos. Enquanto a Kieza falava com o namorado ao telemóvel.
Senhor José, parabenizou a esposa,  pela excelente escolha da Kieza e a parceria com o  Rogério foi perfeita.   
— Os miúdos são talentosos, foi um sucesso - disse ela.
         DOIS ANOS DEPOIS. 
Rogério e a Kieza casaram-se e tiveram o pequeno  Tiago. Dona Júlia há muito que pedia um neto,  finalmente tinha um. 

                                   CARLA

 os seis meses que ela passou na prisão, a fizeram refletir e quando saiu,  ela decidiu trabalhar numa ONG, onde conheceu António, médico voluntário, com quem mantém uma relação, estão muito felizes e até têm planos de  casar. 
                            TERESA CUNHA

A família Cunha decidiu morar em Portugal, deixando assim a revista Lunna nas mãos de Rogério e da Kieza.

                                 ANITA 

anita,  conseguiu um trabalho em Benguela e foi morar lá.
Dona Júlia continuou a morar com a Sónia, sua filha mais nova, a Kieza visitava a mãe todos os domingos.
A revista, ia às bancas todos os meses,  com conteúdos que prendiam o público leitor, tornando-se assim a revista mais lida de Luanda. 

Rogério e a Kieza a cada dia que passava estavam mais seguros que Deus uniu as suas vidas e que já não conseguiam viver longe um do outro, sentiam-se felizes e realizados com tudo o que conquistaram juntos.
Palmira Elias.
#LeitoresSatisfeitos 
#Abraçosdotamanhodeumlivro 
#Quemlêexercitaasuamente 

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